terça-feira, 12 de julho de 2011
José Padilha prepara nova distribuidora
Após surpreender o mercado com o lançamento independente de Tropa de Elite 2, José Padilha (foto) planeja estender seu raio de ação para outros filmes brasileiros. Presente no Festival de Paulínia, o diretor revelou que negocia a criação de uma nova distribuidora. Ainda sem nome definido, a empresa lançará apenas longa-metragens nacionais e será uma prestadora de serviços para o produtor. "O produtor contrata a distribuidora e paga uma taxa. A receita do filme sai da conta do exibidor para a do produtor, que paga o distribuidor", explicou Padilha. A ideia é estruturar um modelo que seja mais vantajoso para o produtor, de forma a possibilitar o cinema brasileiro como negócio sustentável. "Os contratos assinados no Brasil seguem o modelo dos americanos, quando a estrutura de funding lá é completamente diferente da nossa. O orçamento de um filme americano pode chegar a US$ 200 milhões, e os grandes estúdios assumem a maior parte do risco. No Brasil, a gente faz filmes muito menores, com a maior parte do dinheiro vindo do governo ou do próprio produtor. Não existe motivo para o produtor do conteúdo passar os direitos patrimoniais do filme para o distribuidor. O negócio nunca será sustentável para o produtor se você entregar o direito patrimonial", declarou José Padilha. A intenção é que a nova empresa esteja estruturada dentro de dois a três meses. Grandes produtoras do cinema nacional estão em negociações, como a O2 (Cidade de Deus), a Lereby (Chico Xavier), a Conspiração Filmes (A Mulher Invisível), a Morena Filmes (De Pernas pro Ar), a Zazen (Tropa de Elite) e a Mobz, distribuidora pertencente a Marco Aurélio Marcondes e Fábio Lima. A intenção é que a distribuidora apenas seja lançada quando já estiver acordada com, pelo menos, dez filmes.
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