quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Críticas & Entrevista - Riscado
Vitorioso na recente 39ª edição do Festival de Gramado, Riscado abriu a mostra competitiva e acabou levando para casa o Kikito de Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Roteiro e ainda Melhor Trilha e Melhor Filme pelo Júri da Crítica. Agora, o filme vai conhecer o circuito comercial e encarar o público. Bati um papo com o diretor Gustavo Pizzi por duas vezes, no início do festival e no último dia, logo após a premiação. Nas duas ocasiões ele estava feliz, uma pela própria participação e a outra, claro, pelas conquistas, quando fez questão de salientar a satisfação de ver seu trabalho como diretor reconhecido pelo júri do festival. Junto com a atriz Karine Teles, que protagonizou o filme, escreveu com ele o roteiro e ainda é a esposa na vida real, comemorou muito. E os dois voaram (com duplo sentido) de volta ao Rio de Janeiro nas nuvens, como revelam os motivos e a alegria da foto ao lado. Mas antes disso, nas duas conversas, o cineasta se manteve otimista e reforçou a idéia de começar pequeno, primeiro no Rio e São Paulo, mas ir em frente no circuito. Tanto ele quanto o produtor Cavi Borges, gente boa toda vida, estavam confiantes na parceria com a distribuidora Filmes do Estação e a estratégia de lançamento. A dupla, por sinal, contou que já tinha feito outros trabalhos e que essa não era a primeira "missão". Cavi lembrou que essa era a sua produção mais bem realizada, muito em função da calma do parceiro em oposição a sua ansiedade, que o faz produzir muito e já ter recebido até um apelido (em circuito restrito) de "Roger Corman brasileiro", numa alusão a um dos papas dos filmes B. O produtor comentou também que a nova experiência o ajudou a ter mais cuidados. Lembrei que Pizzi tinha sido questionado na coletiva de imprensa sobre a apresentação dos conflitos e falou que sua intenção sempre foi fugir dos gatilhos comuns, mas manter uma estrutura clássica de roteiros. Deixando clara minha visão de que a diferenciação no formato e na linguagem poderiam ser um complicador, um foco de resistência, junto ao grande público, perguntei a ele e ao produtor, numa conversa informal, qual seria então a expectativa deles em número de espectadores. O diretor revelou-se mais sem freio, pensou grande, mas não quis arriscar palpites, enquanto o produtor, mais pé no chão, afirmou que consideraria números mais modestos que os atuais alcançados por alguns títulos nacionais (bem mais comerciais) como um excelente resultado. Eu chutei 50 mil como uma boa marca e ele concordou, mas espera mais e não está errado em pensar assim.
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