quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O céu sobre os ombros’ vence o Festival de Brasília


















O longa mineiro “O céu sobre os ombros”, de Sérgio Borges, foi o grande vencedor do 43º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro. A ficção com fortes tintas documentais levou cinco Candangos: melhor filme, melhor direção, prêmio especial do júri, melhor roteiro e melhor montagem. “O céu sobre os ombros” rompe com as fronteiras entre ficção e documentário ao retratar a intimidade de três personagens da classe média de Belo Horizonte: uma transexual que concilia a prostituição com a vida acadêmica; um atendente de telemarketing que integra a torcida organizada Galoucura e participa do movimento Hare Krishna; e um escritor desiludido que é sustentado pela mãe. Entre os curtas, o grande vencedor foi “Acercadacana”, de Felipe Peres Calheiros, que além do Candango de melhor curta levou também o prêmio de melhor montagem. “A gente tem 50% dos números de trabalho escravo ligados à produção de etanol”, destacou o diretor do curta. O documentário poético “Braxília”, de Danyella Proença, venceu nas categorias melhor roteiro, o prêmio especial do júri e o prêmio do júri popular. “Queria agradecer à reação do público, que fez uma sessão linda”, disse com a voz embargada Danyella, que estreou nesse festival. A cerimônia foi conturbada por intensas manifestações do público e de diretores, indignados com o vazamento dos nomes dos vencedores em sites de notícia antes mesmo da cerimônia de premiação começar. “Houve uma coisa grave aqui. Isso é um desrespeito ao público”, criticou o poeta Nicolas Behr, homenageado no curta “Braxília”. A assessoria do Festival de Brasília afirmou que os veículos de comunicação impresso têm um deadline apertado e que o resultado foi divulgado com embargo para alguns jornais às 22h30 para permitir que os vencedores fossem divulgados nas edições de amanhã. O júri da mostra competitiva de longas em 35 mm foi composto pela romancista Ana Miranda, pelo pesquisador de cinema André Brasil, pela diretora Anna Muylaert - que venceu o festival no ano passado com “É proibido fumar” -, pelo roteirista Antonio Carlos da Fontoura, pela atriz Bidô Galvão, pelo cineasta Erik de Castro e pelo crítico Kleber Mendonça Filho.

Vencedores do 43º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro:

Longas em 35 mm
Melhor filme: “O céu sobre os ombros”, de Sérgio Borges

Prêmio especial do júri: “O céu sobre os ombros”
Melhor direção: Sérgio Borges, por “O céu sobre os ombros”
Melhor ator: Fernando Bezerra, de “Transeunte”
Melhor atriz: Melissa Dullius , de “Os residentes”

Melhor ator coadjuvante: Rikle Miranda , de “A alegria”
Melhor atriz coadjuvante: Simone Sales de Alcântara, de “Os residentes”
Melhor roteiro: Manuela Dias e Sérgio Borges, por “O céu sobre os ombros”
Melhor fotografia: Aluizio Raulino, por “Os residents”
Melhor direção de arte: Gustavo Bragança, de “A alegria”
Melhor trilha sonora: Andre Wakko, Juan Rojo, David Lanskylansky e Vanessa Michellis, por “Os residentes”
Melhor som: “Transeunte”, de Eryk Rocha
Melhor montagem: Ricardo Pretti, de “O céu sobre os ombros”
Curtas em 35 mm
Melhor filme: “Acercadacana”, de Felipe Peres Calheiros
Prêmio especial do júri: “Braxília”, de Danyella Proença
Melhor direção: Gabriel Martins e Maurilio Martins, de “Contagem”
Melhor ator: Vinny Azar e Ícaro Teixeira, por “A mula teimosa e o controle remote”
Melhor atriz: Dira Paes, de “Matinta”
Melhor roteiro: Danyella Proença, de “Braxília”
Melhor fotografia: Yuri Cesar, de “Cachoeira”
Melhor direção de arte: Maíra Mesquita, de “Fábula das três avós”
Melhor trilha sonora: Puriki e índios do Alto Rio Negro, de “Cachoeira”
Melhor som: “Matinta”
Melhor montagem: Paulo Sano, de “Acercadacana”
Prêmio do Júri Popular
Melhor filme de longa metragem 35 mm: “Amor?”, de João Jardim
Melhor filme de média ou curta metragem 35 mm: “Braxília”, de Danyella Proença
Filme de curta metragem Digital
Melhor filme: “Traz outro amigo também”, de Frederico Cabral
Melhor direção: Pablo Lobato, por “Queda”
Melhor ator: Emanuel Aragão, por “Só mais um filme de amor”
Melhor atriz: Ketellen Coutinho, por “Tempo de criança”
Melhor roteiro: Samir Machado de Machado, por “Traz outro amigo também”
Melhor fotografia: Carol Matias e Elias Guerra, por “Entrevãos”
Melhor direção de arte: Daniel Banda, por “O filho do vizinho”
Melhor trilha sonora: Lucas Marcier, por “Tempo de criança”
Melhor som: O Grivo, por “Queda”
Melhor montagem: Alberto Feoli, por “Traz outro amigo também”
Outros prêmios
Melhor longa em 35 mm para a crítica: “Transeunte”, de Eryk Rocha
Melhor curta em 35 mm para a crítica: “A mula teimosa e o controle remote”, de de Hélio Villela Nunes
Prêmio aquisição Canal Brasil para curta: “A mula teimosa e o controle remoto”, de Hélio Villela Nunes

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