segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

OS DEZ MELHORES FILMES DO ANO, POR JOHN WATERS

















O mais excêntrico diretor de cinema americano, John Waters listou para o site ArtForum os dez melhores filmes do ano na sua opinião. Em se tratando do diretor de "Pink Flamingos" e "Hairspray" (o original, por favor), até que a seleção dele é bem "normal", com destaque para alguns filmes que não passaram pelos cinemas por aqui. O melhor da lista são os comentários do cineasta, que você confere aí abaixo.
1 - "Import Export", de Ulrich Seidl - O filme mais triste do ano é também o melhor. A vida miserável dos imigrantes ucranianos em Viena faz dessa obra agonizante, mas brilhantemente dirigida, um equivalente cinematográfico para cortar os pulsos. Um novo gênero? Pornô depressivo? Ei, eu tive um orgasmo.

2 - "Anticristo", de Lars von Trier - Se Ingmar Bergman tivesse cometido suicídio, ido para o inferno e voltado para a Terra para dirigir um filme de arte para drive-ins, esse é o filme que ele teria feito.
3 - "In the Loop", de Armando Iannucci - Uma sátira britânica esperta, malvada e de boca suja sobre a disputa pelo poder global que levanta uma questão de grande importância: Como você pode debater a invasão do Iraque se sua gengiva começa a sangrar no início de sua apresentação?

4 - "O melhor pai do mundo" ("World’s greatest dad"), de Bobcat Goldthwait - Por que, oh por que, a mais negra das comédias não foi um sucesso? Espantosamente rude, decidamente não indicado para toda a família, esse conto autoerótico-suicida sobre um filho cheio de ódio e seu pai sem noção deixou os espectadores engasgados de surpresa.
5 - "Brüno", de Larry Charles - Não dê ouvidos aos críticos — é melhor que "Borat". Imagine um casal de adolescentes heterossexuais em um shopping center no seu primeiro encontro, em algum lugar na região central dos Estados Unidos, assistindo a Sacha Baron Cohen fazer pantomimas de todos os atos sexuais gays conhecidos. Às vezes as plateias têm o que elas merecem.

6 - "O silêncio de Lorna", de Jean-Pierre e Luc Dardenne - Como esses ótimos filmes de arte conseguem financiamento? Socialismo europeu, essa é a resposta, e fico feliz que os contribuintes de lá tenham colocado seu dinheiro para essa obra prima. Somente os Irmãos Dardenne poderiam se safar sem mostrar nenhuma ação dramática, o que é o ponto alto de todo o filme. Apenas imagine o que aconteceria se eles tivessem que fazer um "teste de audiência" nos Estados Unidos!

7 - "Abraços partidos", de Pedro Almodóvar - Houve um certo rumor em Cannes que esse não seria um dos melhores filmes de Pedro, mas, rapaz, esses boatos estavam errados. É uma beleza! Um melodrama inteligente e implacável recheado com tantas voltas na trama que você vai sentir vertigem.

8 - "O complexo de Baader Meinhof", de Uli Edel - Aqui estão uns garotos que sabiam causar problemas! Hmmm ... O que poderíamos fazer hoje? Acabar com as Olimpíadas ou explodir um avião comercial? Esses radicais fazem os Weathermen parecerem um bando de mulherzinhas.

9 - "Tudo pode dar certo", de Woody Allen - A gerontofilia nunca pareceu tão atraente. Dessa vez, Woody fica meio gay e fala sobre isso com sucesso de forma agradável e cômica. Fico tão irado por não ter a carreira desse diretor.

10 - "A mulher sem cabeça", de Lucrecia Martel - Cabelos descoloridos, batidas de carro e fugas, sogros com hepatite? Ein? Eu não entendi, mas amei.

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