terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Destino de Benazir Bhutto é apresentado no Festival de Sundance

















O destino de Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra do Paquistão, ícone internacional e mártir política após seu assassinato pela Al-Qaeda em dezembro de 2007, é explorado em uma ambiciosa superprodução documental no Festival de Sundance. Realizado por Jessica Hernandez e Johnny O'Hara, "Bhutto" concorre na competição oficial no festival de cinema independente, que vai até domingo (31) em Park City, nas montanhas de Utah. A vida de Benazir Bhutto, política excepcional e tão adorada quanto controversa, é o centro de um filme de pouco menos de duas horas, ambientado no contexto mais vasto da história do Paquistão e de suas relações com a Índia, sua vizinha, depois da independência dos dois países. "A coisa mais difícil foi conseguir passar essa quantidade enorme de informação", explicou Jessica Hernandez à AFP. O produtor do filme, Duane Baughman, reconheceu o trabalho dos voluntários, que contribuíram para "fazer um documentário dinâmico, excitante e emocionante como um filme comercial". Os 115 minutos "foram realmente o mínimo para contar a história", disse. O lado "superprodução" de "Bhutto" não diminui sua solidez como documentário. Conta com toda a força da família Bhutto, dos amigos e biógrafos que evocam a figura da mulher que foi duas vezes primeira-ministra e que buscava um terceiro mandato no momento do seu assassinato. A narrativa do filme acontece na voz da própria Benazir Bhutto, a partir de gravações realizadas para escrever sua autobiografia. "Esta é uma das coisas que mais nos orgulhamos", falou Baughman. "São fitas que foram gravadas há 20 anos. Elas foram armazenadas em um sótão, e nunca tinham sido publicadas". Através do documentário, também é apresentada a família de Benazir, os "Kennedy do Paquistão". Uma família dominada pela imagem do pai de Benazir, Zulfikar Ali Bhutto, ex-presidente e primeiro-ministro, enforcado pelo regime militar. Assassinatos, mortes violentas e inexplicáveis, conflitos internos, glória e exílio, não falta nada para construir a lenda dos Bhutto.

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