quinta-feira, 20 de outubro de 2011

'A hora e a vez de Augusto Matraga' é o grande vencedor do Festival do Rio

















"A hora e a vez de Augusto Matraga", longa-metragem dirigido pelo estreante Vinícius Coimbra, foi o grande destaque da cerimônia de premiação do Festival do Rio 2011, realizada na noite desta terça-feira (18), no Cine Odeon. Baseado no conto homônimo do escritor mineiro Guimarães Rosa, o filme levou cinco troféus Redentor: Melhor Longa-Metragem de Ficção (voto popular e júri oficial), Melhor Ator (João Miguel) e Melhor Ator Coadjuvante (José Wilker), além de um prêmio especial para Chico Anysio. "Esse filme naturalmente nasceu da minha paixão pela obra de Guimarães Rosa. E a paixão tem que ser muito grande para você encarar esse desafio. Acima da minha paixão estava um desejo muito grande de levar essa história ao conhecimento do povo brasileiro, que hoje em dia já está perdendo o contato com estes gênios que tivemos na literatura, que falaram com tanta propriedade da alma do brasileiro. Espero que o povo vá ao cinema e reconheça esta história", agradeceu o diretor, que dedicou o prêmio a "todos os realizadores do cinema brasileiro". O humorista Chico Anysio, que participou da festa com o auxílio de uma cadeira de rodas, fez questão juntar-se à parte da equipe que trabalhou no longa para ressaltar a obra do escritor e o trabalho do diretor. "O filme é importantíssimo, a obra é linda. Vinícius realizou algo quase inacreditável. É um filme que, tenho certeza, Sergio Leone assinaria com alegria. É a hora e a vez de Vinícius Coimbra", destacou o bem humorado Chico, que brincou com o fato de precisar de ajuda para subir e descer do palco. "Eu peço que tenham compaixão. Não vão embora e me deixem aqui sozinho. Quando estava subindo, só pensava na hora de voltar. E eu participei do filme brasileiro mais premiado hoje", lembrou o ator, provocando gargalhadas na plateia. Apresentada pelos atores Thiago Lacerda e Vanessa Lóes (marido e mulher), a cerimônia teve início com a inauguração de uma estátua do diretor Carlos Manga. Aplaudido de pé, posou para os fotógrafos ao lado da reprodução e também se emocionou ao se referir à nova geração brasileira de cineastas. "Em uma noite que tantos diretores novos precisam vencer, torço por vocês todos. Continuem tentando, porque não há nada mais lindo no mundo do que você pegar uma criança, que é um filme, e fazê-la chorar, falar e ser aplaudida. É uma profissão maravilhosa", declarou. "Emoção" parecia ser mesmo a palavra de ordem da noite. Camila Pitanga, premiada na categoria Melhor Atriz por seu desempenho em "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios", também não conteve as lágrimas na hora dos agradecimentos. "É a minha cidade, minha casa, meu nascedouro. Sinto-me parte da família do cinema muito antes de ter nascido, porque sou filha de Antônio Pitanga", disse Camila, homenageando o pai, que ocupava um dos lugares da sala do Odeon. A atriz também lembrou dos diretores do longa, Beto Brant e Renato Ciasca, e dedicou o prêmio à mãe, a também atriz e bailarina Vera Manhães. O momento mais descontraído da noite foi o anúncio de Maria Luísa Mendonça como vencedora na categoria Melhor Atriz Coadjuvante por "Amanhã nunca mais". Ausente, foi representada por Lázaro Ramos, que telefonou para a atriz assim que subiu ao palco. Com o telefone no viva-voz, tentou fazê-la agradecer ao prêmio, mas não deu muito certo. Mesmo assim, o episódio proporcionou boas risadas, inclusive aos apresentadores. Também foram destaque na premiação os longas "Sudoeste" (Melhor Fotografia, prêmio especial do júri como Melhor Longa-Metragem de Ficção e prêmio Fipresci), o documentário "As canções", de Eduardo Coutinho (Melhor Longa-Metragem Documentário nos júris oficial e popular), "O abismo prateado" (Melhor Direção para Karim Aïnouz) e "Mãe e filha" (menção honrosa para Melhor Longa-Metragem de Ficção e Melhor Fotografia).

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